用葡萄牙语讲述历史十二

全国等级考试资料网 2023-04-17 10:20:11 168

Balaiada foi um movimento subversivo irrompido em uma pequena vila maranhense que se alastrou por toda a Província e ameaçou as regiões vizinhas. Recebeu o nome de Balaiada em referência a um de seus líderes, o fabricante de balaios Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, apelidado Balaio. Era um típico representante do Nordeste, homem resistente, de tez morena e cabeça achatada.

Se a separação maranhense tivesse se consumado, causaria grande transtorno em nossa configuração territorial, afetando a integridade nacional.

Situação do Maranhão em 1838.

O Brasil atravessava o difícil período da Regência, em que forças desagregadoras ameaçavam a unidade nacional. Sobre a época, Viriato Corrêa escreveu:

"Das fases históricas do Brasil, foi a Regência a mais curiosa e a mais brasileira, por ter sido aquela em que se firmou definitivamente o cunho da nossa nacionalidade".

As divergências políticas maranhenses estavam exacerbadas. O grupo situacionista ou conservador era apelidado Cabano pelos adversários, que queriam confundi-lo com o que agira em Pernambuco e no Pará. Ficava na oposição o Partido Liberal que ganhou o apelativo de Bentevi, em decorrência do jornal editado por seus correligionários, propriedade de Estêvão Rafael de Carvalho.

Uma série de acontecimentos graves vinha intranqüilizando a vida maranhense. O Presidente da Província, Vicente Camargo, mostrou-se incapaz de conter o confronto político. Os crimes aumentavam os ódios facciosos. No interior, encerrada a luta pela independência, centenas de antigos combatentes não conseguiram ocupação permanente.

Vila da Manga, estopim.

Na pequena vila da Manga, situada na margem esquerda do rio Iguará, distante 12 léguas da capital, em dezembro de 1838 ocorreu uma desordem sem importância em si, mas que foi explorada pelo partido dos Bentevis, transformando-se no verdadeiro estopim da Balaiada.

Raimundo Gomes Vieira Jutaí, vaqueiro nascido no Piauí, a serviço do Padre Inácio Mendes de Morais e Silva, ao passar pela vila teve alguns de seus companheiros presos pelo subprefeito local. Entre eles estava seu irmão, acusado de homicídio. O subprefeito era cabano; o fazendeiro, bentevi. Não conseguindo a libertação dos prisioneiros, Raimundo Gomes retirou-se, ameaçando voltar no dia seguinte para libertar o irmão e os outros. A 13 de dezembro entrou na vila com mais nove companheiros, arrombou a prisão e soltou os prisioneiros. As vinte e poucas praças encarregadas da defesa incorporam-se ao bando. Em 2 de janeiro Raimundo Gomes e seu bando entraram na vila do Brejo, onde receberam a adesão de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, o Balaio, que imediatamente se intitulou general em chefe das forças bentevis.

Os rebeldes animaram-se e conseguiram a adesão de outros fugidos da lei, aumentando o grupo dia a dia. "A Balaiada logo tomou o caráter de vingança de pretos e mulatos, aliados a índios e cafuzos, desprovidos de terras e direitos, contra os portugueses e seus descendentes não mesclados, que integravam a classe dos poderosos".

A força insurreta contava com um efetivo razoável, dada a adesão de outros grupos liderados também por chefes sem escrúpulos, como Lívio Lopes Castelo Branco, Pedro Moura, Milhomens, Mulungueta, Tempestade, Gavião, Pedregulho e Macambira. O movimento ampliava-se.

Raimundo Gomes tornou-se um perigo para a ordem pública, já que era chefe de uma revolta sem ideal, sem bandeira e sem outros objetivos senão o saque e a obtenção de vantagens pessoais. "O colorido político era aí mero pretexto para demonstrações do mais desenfreado banditismo sertanejo", escreveu Hélio Vianna.

Pouco se podia fazer para contê-los. A reação começou com a iniciativa do prefeito de Itapicuru-Mirim que contava com 40 guardas nacionais mal armados. Mas não chegou a haver um encontro. O Exército tinha efetivos muito reduzidos na área e não fora solicitado a intervir. E Manuel Felizardo de Sousa e Mello, empossado Presidente da Província em 3 de março de 1839, não conseguiu perceber a gravidade da desordem.


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