Protetores solares em spray têm FPS mais baixo que o declarado, segundo teste
Dez marcas de filtros solares em spray à venda no país têm FPS (fator de prote??o solar) menor que o declarado no rótulo, segundo análise da Proteste (Associa??o Brasileira de Defesa do Consumidor).
Quem se saiu pior foi o spray da Banana Boat, seguido pelo da Coppertone, que, segundo o teste, tem o FPS 14. O da Cenoura & Bronze teve o melhor resultado, apesar de ficar oito pontos abaixo do que anuncia na embalagem. Também foram avaliadas as marcas Australian Gold, L’Oréal, Natura, Nivea, O Boticário, Red Apple e Sundown (veja quadro abaixo). O teste mediu a prote??o contra raios UVA e UVB e seguiu metodologias internacionais reconhecidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigil?ncia Sanitária). Para a análise de FPS, que mede a prote??o contra os raios UVB, foi feito teste in vivo, com em média dez voluntários por marca. A análise de UVA foi feita in vitro, e duas marcas foram consideradas ruins nesse quesito (Australian Gold e Red Apple). "Em geral, os fabricantes usam o mesmo teste para aprovar os produtos. N?o há justificativa metodológica para resultados t?o ruins", diz Márcia Carvalho, pesquisadora da Proteste. A Abihpec (Associa??o Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) contestou os resultados e a metodologia do teste por meio de nota. "Os filtros analisados s?o de empresas comprometidas com a qualidade e eficácia de seus produtos. [Protetores em spray] requerem procedimentos específicos para determina??o do FPS, que, se n?o aplicados adequadamente, podem impactar negativamente no resultado final." Em testes de eficácia, o filtro em spray é usado de forma diferente da que o consumidor está acostumado. Em vez de borrifado na pele, o produto é aplicado em gotas e espalhado com uma luva. Tudo isso para ter certeza de que a pele está recebendo 2 mg de filtro por cm?, explica o dermatologista Sérgio Schalka, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. "? mais complexo fazer um teste de filtro em spray do que em emuls?o. ? um produto volátil." Além disso, o método tem um grau de incerteza, porque mede a forma??o de vermelhid?o da pele. "? uma resposta individual que depende da quantidade de produto e da forma que é usado." De acordo com a Proteste, foram tomados todos os cuidados específicos para a aplica??o do spray. "Se os dados estiverem corretos, é preocupante. ? preciso exigir que a indústria modifique o seu rótulo para que ele seja condizente com o conteúdo", diz o dermatologista Davi de Lacerda. A Proteste enviou os resultados à Anvisa e pede readequa??o dos rótulos. FORA DO LABORAT?RIO O teste dos protetores em spray levanta uma quest?o: se a eficácia do filtro cai dependendo da forma de aplica??o --e nos testes o produto é usado de um jeito que ninguém usa-- seriam esses filtros para borrifar menos eficazes do que as lo??es? N?o, afirma Schalka. "Funciona superbem, mas se aplicar mal ou pouco o efeito despenca. De FPS 30, pode cair para sete", diz. Como ninguém consegue aplicar com precis?o 2 mg de filtro por cm?, o certo é pintar a pele de forma lenta, "como se estivesse pichando um muro", e com uma certa proximidade para que n?o evapore o produto e sem espalhar depois. O médico recomenda que a primeira aplica??o seja feita com o filtro em lo??o, em duas camadas, e o spray seja usado nas reaplica??es. A dermatologista Solange Teixeira, da Unifesp, indica o uso de produtos com fatores de prote??o mais elevados para compensar os erros de aplica??o. "Se cair de FPS 50 para 25, é melhor do que se cair de 30 para 15. Mas aí há outro problema: sprays já s?o mais caros e o de FPS 50 é mais caro ainda", diz Schalka. 相关资料 |